As escolhas das roupas quando se é jovem
Enquanto se é jovem, a escolha das roupas é feita maioritariamente com base nos gostos pessoais e na moda. O facto de se comprarem peças de roupa que podem ser mais difíceis de vestir, como é o exemplo de vestidos de senhora com fechos nas costas ou de lado, não constitui qualquer problema. Com um pouco de esforço e alguma ginástica, consegue-se vestir. Outra questão é a qualidade dos tecidos, que está diretamente relacionada com o conforto que se sente. Quando se é mais jovem, a qualidade não é um atributo determinante para a aquisição da roupa, porque a pele não se ressente com certo tipo de tecidos, como é o caso das fibras sintéticas.
A nível de calçado, além do conforto, também se valoriza muito o fator estético, sendo que este último critério, muitas vezes, acaba por ter primazia sobre a comodidade.
As limitações físicas dos idosos versus a roupa
No entanto, à medida que a idade avança, os critérios vão-se alterando, de acordo com as necessidades. Esta alteração é válida tanto para a roupa como para o calçado.
As mudanças estão relacionadas com vários fatores. Um deles é a diminuição da mobilidade e da motricidade fina, que dificultam os movimentos dos braços, das pernas e também os pequenos movimentos das mãos e dos dedos. Na realidade, algumas pessoas mais velhas começam a sentir dificuldade em baixar-se, levantar-se, apertar colchetes, botões pequenos ou puxar fechos de correr.
As novas necessidades dos idosos para roupa e calçado
Nos momentos de higiene, a rapidez e a facilidade com que se tira e põe a roupa são determinantes para o bem-estar físico e psicológico da pessoa idosa. As calças ou saias com elásticos e as blusas com molas ou aberturas laterais são uma excelente opção para quem já tem alguma limitação física.
Paralelamente, o tecido das roupas passa a ser determinante para o conforto no dia a dia. As texturas macias e respiráveis devem ser privilegiadas na escolha da roupa: algodão, linho e tecidos com elasticidade são a escolha ideal. Outro aspeto de suma importância é o tamanho do vestuário. A roupa não deve estar nem muito larga nem muito apertada, pois qualquer uma das situações gera desconforto e contribui para que a pessoa idosa tenha uma imagem negativa de si mesma. As saias e calças não devem ser demasiado compridas, sob pena de a pessoa tropeçar e cair.
Em simultâneo, o calçado também deve estar adequado à realidade física da pessoa. Deve ser macio e flexível, de forma a adaptar-se ao formato do pé. Deve igualmente ser antiderrapante e, de preferência, com velcro para apertar ou bastando enfiar o pé.
Lojas onde se pode adquirir roupa adaptada a necessidades especiais
A loja de roupas Primark lançou, no início deste ano, uma coleção de roupa adaptada para várias necessidades e realidades físicas. A loja El Corte Inglés tem igualmente roupas confortáveis e calças com elásticos.
A importância da roupa adequada para o bem-estar mental da pessoa idosa
Caso verifique que o seu familiar já sente alguma dificuldade em vestir-se ou apertar a sua roupa, ou que a indumentária que tem atualmente é um obstáculo à higiene, aconselha-se que se renove o guarda-roupa. Uma vez que se trata de um investimento que, em certas situações, pode ultrapassar o orçamento definido, sugere-se que se vá substituindo a roupa gradualmente, iniciando pelas peças mais importantes, como é o caso de calças com elásticos, que permitem que as idas à casa de banho sejam mais fáceis, evitando imprevistos.
Na aquisição de roupa nova, deve-se dar importância às preferências da pessoa idosa. Atualmente, existe uma diversidade de ofertas no mercado que permitem que esta possa adquirir o tipo de vestuário com que se sente mais identificada, mantendo orgulhosamente a sua identidade e dignidade.